Mais de 100 pessoas tiveram queimaduras na córnea após o uso do produto entre os dias 25 e 26; Agência diz que investiga o caso e reforçou regras
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tirou de circulação, nesta sexta-feira (29), 1,2 mil pomadas para fixar ou modelar cabelos. A medida, diz o órgão, integra ações para garantir produtos seguros, conforme estabelecido na legislação atual.
Desde o início do ano, cerca de 3 mil produtos já foram retirados do mercado por não cumprirem requisitos estabelecidos pela agência. Entre a última segunda (25) e terça-feira (26), mais de 100 pessoas deram entrada à emergência oftalmológica do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio, com queimaduras nas córneas provocadas por uso de uma marca de pomadas.
Segundo a Secretaria de Saúde do Rio, os lesionados eram pessoas que fizeram penteados fixados com o produto. Ao molharem os cabelos, a água com o ingrediente químico escorreu para os olhos, provocando irritação.
Segundo a emergência oftalmológica do Hospital Souza Aguiar, cerca de 70 pacientes chegam por dia ao hospital com as mesmas queixas. A Anvisa informou que investiga o caso.
Motivo do cancelamento
A Anvisa listou novas regras que precisam ser cumpridas pelas marcas que desejam comercializar o produto a partir do decreto – publicado no último dia 22.
As marcas que foram canceladas, diz a agência, não cumprem as novas regras vigentes. Para voltarem ao mercado, elas precisarão solicitar novo licença, provando cumprir os requisitos agora estabelecidos.
Segundo a regra estabelecida pelo órgão, fica proibido às empresas o seguinte:
Declarar a forma física do produto como “pomada”.
Incluir o termo “pomada” no nome ou na rotulagem, em qualquer idioma.
Ter formulação com 20% ou mais de álcoois etoxilados, incluindo Ceteareth-20.
Não oferecer ao menos um produto de contenção de danos em caso de reação adversa.