A pressão estética sobre as mulheres para alcançar o “corpo ideal” continua a ser um tema relevante e preocupante, conforme analisam especialistas. A cultura do corpo perfeito ainda exerce uma influência significativa, especialmente sobre figuras públicas e celebridades. Oprah Winfrey, por exemplo, é lembrada não apenas por suas conquistas na televisão, mas também pelo escrutínio constante sobre seu peso e forma corporal.
Em 1988, Winfrey protagonizou um momento marcante ao aparecer em seu programa com um carrinho contendo 30 kg de gordura animal, simbolizando o peso que havia perdido. O público acompanhava atentamente suas flutuações de peso, especulando sobre métodos que ela poderia usar, como medicamentos modernos para emagrecimento, para alcançar um corpo menor.
Esse tipo de atenção não se limita às celebridades. Alexis Conason, psicóloga e especialista em transtornos alimentares, destaca que o escrutínio feito por Winfrey é um reflexo da cultura alimentar que pressiona as pessoas a atingirem um tipo de corpo ideal. Essa cultura perpetua a ideia de que o valor de uma pessoa está ligado ao seu tamanho corporal.
A nutricionista Kimmie Singh observa que muitos de seus clientes sentem que seus corpos estão sob constante vigilância, independentemente de estarem tentando perder, ganhar ou manter peso. Mesmo quando se atinge o tamanho considerado ideal pela sociedade, as expectativas mudam, enviadas pelas pessoas a buscarem o formato corporal “correto”.
Dois mitos relacionados estão associados a essa obsessão pelo corpo: a ideia de que o peso está sob controle total de uma pessoa e que o tamanho corporal está ligado ao valor moral. Conason explica que essas crenças alimentam a discriminação e a crueldade, reforçando a falsa narrativa de que é possível atingir o ideal de magreza apenas com esforço pessoal.
A ascensão de medicamentos como o GLP-1, usados para perda de peso, trouxe uma nova dimensão ao debate. A sociedade agora examina não apenas se as pessoas perdem peso, mas como o fazem, criando uma hierarquia moral sobre os métodos de emagrecimento. Isso gera desconfiança e críticas, especialmente quando celebridades como Lizzo e Kelly Clarkson aparecem com corpos menores.
A cultura da dieta, segundo especialistas, é uma forma de controle de poder. Mulheres poderosas, como Winfrey, continuam a ter seus corpos examinados, lembrando-se de que sua aparência ainda é uma prioridade. Essa pressão afeta não apenas celebridades, mas também mulheres comuns, que sentem que suas realizações são ofuscadas pela percepção de seus corpos.
Para fortalecer essa cultura, é essencial aumentar a conscientização sobre como ela nos afeta e parar de comentar sobre o corpo dos outros. Conason enfatiza que, mesmo que as críticas não cheguem às celebridades, elas prejudicam as pessoas comuns em nossas vidas, que podem estar lutando com questões de imagem corporal e saúde mental