O setor de estética tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil, especialmente nas grandes cidades, como Campinas. No entanto, com o crescimento do mercado, surgem também inúmeros riscos, especialmente quando o processo de regulamentação e fiscalização não acompanha a expansão das clínicas estéticas. Em 2025, a Vigilância Sanitária de Campinas registrou um aumento significativo nas interdições de clínicas estéticas, evidenciando um cenário preocupante para a saúde pública. A situação exige mais atenção dos consumidores, das autoridades de saúde e dos próprios profissionais da área, que devem seguir rigorosamente os padrões de segurança e ética para garantir a saúde e o bem-estar dos pacientes.
Nos primeiros três meses de 2025, sete clínicas estéticas foram interditadas pela Vigilância Sanitária em Campinas, número que supera em muito o total de interdições registradas no ano de 2024, que foi de apenas uma. Além disso, outras quatro clínicas odontológicas também foram fechadas devido a irregularidades ligadas a procedimentos estéticos. Esses números refletem uma preocupação crescente com os estabelecimentos que operam sem a devida regulamentação e com profissionais não habilitados, resultando em danos à saúde das pessoas que buscam por tratamentos estéticos. Esse aumento nas interdições traz à tona a urgente necessidade de revisão e reforço das políticas de fiscalização do setor.
Os riscos associados a procedimentos estéticos mal executados são diversos e podem causar danos irreversíveis à saúde dos pacientes. Um exemplo claro de como as clínicas estéticas em Campinas têm colocado a saúde de seus clientes em risco é o relato de uma vítima de um procedimento estético mal sucedido. A mulher, que preferiu não se identificar, procurou uma clínica da cidade para realizar um tratamento de rejuvenescimento facial. No entanto, o resultado foi desastroso: inchaço, hematomas e perda parcial dos movimentos faciais, problemas que afetaram diretamente sua qualidade de vida. Essa situação é apenas um reflexo das consequências que podem surgir quando procedimentos estéticos são realizados de maneira inadequada.
De acordo com especialistas, a falta de qualificação dos profissionais que realizam procedimentos estéticos é uma das principais causas de complicações como a mencionada. Muitas vezes, esses profissionais não possuem a formação necessária para executar determinados tratamentos ou, quando possuem a qualificação, não seguem as normas de segurança exigidas para garantir um atendimento de qualidade. Isso coloca em risco não só a estética, mas também a saúde dos pacientes, que podem sofrer desde reações alérgicas graves até danos permanentes ao organismo.
Além disso, o ambiente das clínicas estéticas é outro fator crítico que deve ser observado pelos consumidores. Muitas dessas clínicas funcionam em condições precárias, com falta de equipamentos adequados e a ausência de higienização correta, o que facilita a proliferação de infecções e outros problemas de saúde. O estabelecimento precisa cumprir normas rigorosas de segurança para evitar qualquer tipo de contaminação, especialmente em procedimentos que envolvem o uso de agulhas, lasers ou substâncias químicas. A fiscalização por parte da Vigilância Sanitária é fundamental para que esses padrões sejam seguidos e que a segurança dos pacientes seja garantida.
A falta de uma fiscalização efetiva também permite que algumas clínicas que não possuem alvará de funcionamento sigam operando, colocando em risco a saúde pública. A Vigilância Sanitária de Campinas tem se esforçado para fechar essas unidades, mas o número crescente de estabelecimentos que não seguem as normas regulamentadoras mostra que é necessário um reforço na fiscalização. Para que a situação seja resolvida, é preciso que haja mais investimentos em tecnologia e recursos humanos para que a fiscalização se torne mais eficaz, evitando que mais pessoas se tornem vítimas de procedimentos mal realizados.
Embora a fiscalização seja um ponto crucial, a conscientização da população também desempenha um papel fundamental nesse processo. Muitas pessoas, ao buscar por procedimentos estéticos, acabam ignorando a importância de escolher clínicas que possuam todas as certificações e profissionais devidamente qualificados. Além disso, a pressa para obter resultados rápidos e imediatos pode fazer com que os pacientes negligenciem questões de segurança em nome da estética. Portanto, é essencial que os consumidores estejam cada vez mais atentos e que procurem informações sobre a reputação dos estabelecimentos antes de realizar qualquer tipo de procedimento.
Em síntese, o aumento das interdições de clínicas estéticas em Campinas evidencia um problema de saúde pública que não pode ser ignorado. A fiscalização mais rigorosa por parte das autoridades e a conscientização da população sobre os riscos de procedimentos mal realizados são fundamentais para evitar que mais pessoas sofram complicações sérias. É urgente que o mercado de estética se profissionalize cada vez mais, garantindo que os procedimentos sejam realizados com qualidade, segurança e responsabilidade, para que os benefícios da estética não sejam superados pelos riscos à saúde dos pacientes. A regulamentação e fiscalização adequadas devem ser uma prioridade para garantir a proteção da saúde dos cidadãos.
Autor: Laimyra Sevel
Fonte: Assessoria de Comunicação da Saftec Digital