A busca por soluções energéticas sustentáveis e de baixa emissão de carbono tem colocado o hidrogênio verde no centro das atenções de governos, empresas e pesquisadores. Segundo o administrador de empresas Fernando Trabach, essa alternativa limpa e versátil está deixando de ser uma promessa distante para se tornar uma realidade viável e estratégica em diversas partes do mundo.
Produzido por meio da eletrólise da água com o uso de energia renovável — como solar ou eólica — o hidrogênio verde não emite gases poluentes em seu ciclo de produção. Diferente do hidrogênio cinza ou azul, ele é considerado uma das opções mais promissoras para descarbonizar setores difíceis de eletrificar, como a indústria pesada, o transporte de longa distância e a produção de fertilizantes.
O que é o hidrogênio verde e como ele é produzido
O hidrogênio verde é obtido por meio da separação das moléculas de hidrogênio e oxigênio da água, usando eletricidade proveniente de fontes renováveis. O processo, chamado de eletrólise, é feito em equipamentos chamados eletrolisadores, que estão se tornando mais acessíveis e eficientes graças aos avanços tecnológicos recentes.
Fernando Trabach destaca que a grande vantagem desse processo é a ausência de emissões de dióxido de carbono, ao contrário das formas convencionais de obtenção de hidrogênio, que usam gás natural ou carvão como matéria-prima. Assim, o hidrogênio verde se consolida como uma alternativa limpa para diversos usos industriais e energéticos.
Aplicações do hidrogênio verde em diferentes setores
O hidrogênio verde pode ser utilizado em uma ampla variedade de aplicações, o que o torna um combustível extremamente versátil. Na indústria, ele pode substituir o carvão e o gás natural em processos de alta temperatura, como na siderurgia e na produção de cimento. No setor químico, é essencial para a fabricação de amônia e fertilizantes, com menor impacto ambiental.
No transporte, o hidrogênio pode alimentar veículos pesados, navios, trens e até aviões, especialmente em rotas longas onde as baterias ainda não são eficientes. Além disso, pode ser usado para armazenar energia gerada por fontes renováveis em momentos de baixa demanda, funcionando como um elo entre a geração intermitente e o consumo constante.
De acordo com Fernando Trabach, o potencial do hidrogênio verde como vetor energético permite que ele atue como peça-chave na integração de diferentes setores e tecnologias, contribuindo para a estabilidade e a flexibilidade da matriz energética.
Vantagens e desafios para a adoção em larga escala
Entre as principais vantagens do hidrogênio verde estão sua abundância, a capacidade de armazenamento por longos períodos e a possibilidade de transporte em forma líquida ou gasosa. Isso facilita sua utilização em regiões remotas ou com baixa infraestrutura elétrica, bem como sua exportação para países com maior demanda por energia limpa.
Por outro lado, o principal desafio ainda é o custo elevado da produção, especialmente devido ao preço dos eletrolisadores e à necessidade de energia renovável em grande escala. Ainda assim, o cenário é otimista: a queda nos preços das fontes renováveis, aliada aos investimentos em inovação, deve reduzir significativamente o custo do hidrogênio verde nos próximos anos.
Fernando Trabach observa que, com apoio político, financiamento adequado e regulação favorável, a economia do hidrogênio verde pode se consolidar de forma competitiva, gerando empregos verdes e atraindo investimentos internacionais.
O papel do Brasil na produção de hidrogênio verde
O Brasil está bem posicionado para se tornar um dos líderes globais na produção de hidrogênio verde. A ampla disponibilidade de recursos naturais, como sol, vento e água, proporciona condições ideais para gerar a eletricidade renovável necessária ao processo de eletrólise.
Diversos projetos já estão em desenvolvimento, especialmente no Nordeste, onde há potencial para transformar a região em um hub exportador de hidrogênio para a Europa e outras partes do mundo. Segundo Fernando Trabach, a combinação entre vantagens naturais e experiência em energias renováveis pode garantir ao país uma posição estratégica nesse novo mercado global.
Além disso, o hidrogênio verde pode impulsionar a descarbonização da indústria nacional e contribuir para o cumprimento das metas climáticas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris.
Perspectivas futuras para o combustível do amanhã
As expectativas em torno do hidrogênio verde são grandes. Projeções da Agência Internacional de Energia (IEA) indicam que ele poderá representar até 20% do consumo global de energia até 2050. Para isso, será necessário intensificar os investimentos em infraestrutura, reduzir custos de produção e criar um mercado internacional estruturado e transparente.
Iniciativas públicas e privadas já estão em curso para acelerar esse processo. A criação de rotas logísticas, corredores de abastecimento, parcerias tecnológicas e marcos regulatórios específicos serão fundamentais para que o hidrogênio verde atinja seu pleno potencial.
Fernando Trabach conclui que, mais do que uma alternativa energética, o hidrogênio verde representa uma mudança de paradigma: uma chance real de construir uma economia global descarbonizada, resiliente e capaz de enfrentar os desafios ambientais do século XXI.
Autor: Laimyra Sevel
